“Mercado imobiliário não será afetado pelo resultado das eleições”, afirma diretor executivo da GT Building

Arsenio de Almeida Neto explicou a atual situação do mercado e defendeu que o setor imobiliário se manterá estável independente de quem ganhar as eleições (Foto: Newrton Russo).

Às vésperas da disputa das eleições para presidente, muito tem se discutido sobre os rumos da economia do País dependendo do vencedor do pleito. Enquanto economistas e analistas debatem os prós e contras de cada candidato, fazendo projeções de variados graus de otimismo dependendo do eleito da disputa, o mercado imobiliário se mostra tranquilo em relação ao resultado apostando na solidez das instituições políticas e no bom momento do setor. Essa é a afirmação de Arsenio de Almeida Neto, diretor executivo da GT Buinding, uma das principais incorporadoras imobiliárias do Paraná. Em entrevista exclusiva, o executivo falou sobre suas impressões do cenário político, apresentou um panorama recente do mercado imobiliário, e detalhou alguns dos planos da incorporadora nos próximos anos.

Em teoria, os números não parecem tão animadores para o setor. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Índice Nacional do Custo de Construção (INCC), pesquisa que mede a variação de preços de produtos e serviços do setor, teve alta acumulada de 8,44% em 2022. Além disso, a SELIC, taxa básica de juros da economia brasileira, está em 13,75%, um valor elevado que encarece o crédito e dificulta a procura por financiamentos de imóveis.

Embora os índices econômicos não sejam os ideais, Almeida Neto afirma que o mercado tem se mantido estável depois de anos seguidos de bons resultados, especialmente fora de megalópoles como São Paulo e Rio de Janeiro. De acordo com o executivo, a pandemia não apenas não causou um impacto significativo no cenário, como alavancou o número de vendas: “a pandemia se mostrou problemática por pouquíssimos meses e logo passou a ter o efeito contrário: o isolamento das pessoas colocou uma luz muito grande sobre a necessidade de bem-estar da casa, da residência. Isso foi muito benéfico para o mercado imobiliário. Mesmo após a pandemia essa perspectiva se mantém”, explica.

Ainda segundo Almeida Neto, este fôlego inesperado vindo de um período que deveria ter sido de crise, consolidou uma perspectiva otimista: não importa quem vença a eleição presidencial, o mercado imobiliário tende a se manter sólido. “Eu costumo brincar com as pessoas dizendo que as crises no Brasil são mais rápidas do que um ciclo de negócio imobiliário. Os empreendimentos que estão sendo entregues neste ano seguramente foram planejados durante a gestão política anterior, do Temer. De lá até aqui, existiram inúmeras situações políticas problemáticas, uma pandemia, e ainda assim os planos saíram como o esperado. O ciclo imobiliário que compreende o momento da escolha do terreno, da criação do projeto até sua execução é de aproximadamente cinco anos, e este é um país onde nesse tempo você pode ter duas ou três crises para lidar. Estamos acostumados”, conta o executivo.

Ainda de acordo com ele, há a convicção por parte do mercado de que as instituições são e estão sólidas: “Os dois principais candidatos que nós temos nas disputas eleitorais pela presidência hoje são completamente diferentes. Ainda assim, mesmo que quisessem, e este claramente não é o caso, os dois não conseguiriam afetar de forma significativa a nossa economia. Nós temos um congresso que ajuda a garantir a estabilidade econômica e que não pende para nenhum dos extremos. Se você sair do discurso polarizador e ir direto para os fatos, a gente não tem uma situação que nos preocupe demais do ponto de vista econômico. E quando nós trazemos este cenário para o nosso mercado de ciclos longos, esse impacto é minimizado. Os dois possíveis governos têm características bem distintas, mas não interessa a nenhum deles criar problemas para um setor como o imobiliário, que gera tantos empregos e é tão importante para o PIB do País”.

Projeção de crescimento

Em pouco mais de três anos de vida, a GT Building se tornou uma das principais incorporadoras do Estado. Apesar de ter crescido rapidamente, Almeida Neto afirma que a companhia sempre apostou na estabilidade e segurança como estratégia de consolidação. Mesmo abrindo mão desta “ousadia”, o executivo afirma que em três anos a empresa alcançou resultados que eram esperados apenas com cinco anos de mercado. O segredo, segundo ele, foi investir em solidez: “Temos visto surgir um volume grande de concorrentes, empresas pequenas que entraram neste mercado tentando se beneficiar de um bom momento. Em sua maioria elas chegam com ótimos projetos e são muito capacitadas. No entanto, quando nós olhamos com cuidado, não conseguimos enxergar um plano sustentável a longo prazo. Muitas destas iniciativas nascem de uma oportunidade de mercado que nem sempre vai se repetir. Este planejamento é muito diferente de uma empresa que se preparou para ter um crescimento planejado, buscando ocupar um espaço no mercado e ter uma presença relevante em nossa cidade e pensando em expandir para outras regiões futuramente, como é o nosso caso”, afirma o executivo.

Desde que surgiu, há apenas três anos, a GT Buinding teve 19 projetos entregues e/ou lançados, número que a colocam entre as maiores e mais proeminentes incorporadoras em volume de empreendimentos no Paraná. A próxima grande aposta da empresa é o OÁS, edifício luxuoso projetado para ser o mais alto da cidade, ao lado do Parque Barigui. Segundo Almeida Neto, mesmo que a entrega do projeto esteja prevista apenas para 2027, ele já é um enorme sucesso que consolida o crescimento e o know how obtido pela GT ao longo destes anos: “A empolgação do mercado tem sido grande. Nossa experiência com outros empreendimentos nos deu a experiência necessária para trabalharmos em um projeto deste porte. Com o OÁS, construímos uma boa base de empreendimentos a serem lançados nos próximos anos que nos dão condições de seguir em frente de maneira segura e otimista”, conclui.

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