Chegada dos modelos 2024 e dinheiro extra dos trabalhadores impulsionam o mercado de duas rodas na região
Com a proximidade do fim do ano, muitos consumidores já começam a fazer planos para o destino do tão esperado 13º salário. E, neste cenário, a aquisição de motocicletas desponta como uma opção atrativa para quem busca renovar a garagem ou ter um meio de transporte mais ágil e econômico.
O mercado da região de Londrina estima uma alta de até 15% nas vendas de motos zero km para o último trimestre, comparado ao mesmo período de 2022. Especialmente em novembro e dezembro, quando entra o dinheiro extra dos trabalhadores.
“Historicamente, nesta época do ano observamos um aumento na demanda, impulsionado pelo pagamento do 13º salário e pela chegada dos modelos 2024. Já em outubro, pudemos perceber um interesse maior dos clientes”, destaca Rudney Doscher, diretor de Operações da Honda Blokton, rede de concessionárias que possui 23 lojas em todo o estado, sendo duas só em Londrina.
Com a tendência de crescimento no último trimestre e baseada na previsão da Blokton, líder de vendas na região com 54% de market share da região, espera-se que cerca de 2,3 mil novas unidades ganhem as ruas da Grande Londrina antes da virada do ano.
Com isso, o polo formado por Londrina e outros 12 municípios no entorno deverá encerrar 2023 com aproximadamente 8,3 mil motocicletas novas vendidas durante o ano, o que corresponde de 10% a 12% do total comercializado no Paraná.
Até setembro, segundo dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-PR), a média mensal na região era de 680 exemplares zero km emplacados.
Destaques de vendas na região
Por ser a cidade mais populosa da região, com 590 mil habitantes, a conhecida como pequena Londres também é a que mais emplaca motos. De janeiro a setembro de 2023, foram 4,5 mil unidades novas circulando pelas ruas.
Já Cambé, que tem uma população de 106 mil pessoas, emplacou 840 motocicletas, seguida de Ibiporã, com 388 unidades para uma população de 54,5 mil pessoas. Outras cidades que se destacaram foram Sertanópolis (135) e Jataizinho (100), no acumulado de janeiro a setembro.
Boa parte dessas motocicletas vendidas na Grande Londrina tem por finalidade o deslocamento do condutor entre a casa e o trabalho, além de servir como ferramenta para a geração de renda no setor de moto-entrega. É o que garante Antonio Grigonis, gerente-regional da Blokton Londrina.
Moto para deslocamento da casa ao trabalho
Segundo Grigonis, a partir dos dados da concessionária é possível traçar um perfil verdadeiro de quem compra motos na região, uma vez que o grupo paranaense possui 54% do market share local. “Esse grupo de consumidores representa cerca de 80% das pessoas que visitam o nosso showroom ou compram pelos nossos canais digitais”, afirma.
Esse movimento fica mais evidenciado pelos modelos com maior volume na procura: as opções de baixa cilindrada, como BIZ 125, a linha CG 160 e a NXR 160 Bros.
Um levantamento realizado pela rede mostra que 55% das motos da região foram adquiridas por meio do consórcio, o pagamento à vista teve representatividade de 24% e o financiamento uma fatia de 21% nas vendas.
Variação dos combustíveis e liberação de crédito
Para Rudney Doscher, entre os fatores que contribuem para a maior procura do consumidor por motocicletas de entrada estão a alta nos preços dos combustíveis, principalmente no primeiro semestre, o “boom” nos serviços de entrega, além do aumento na tarifa do transporte coletivo. Em Londrina, por exemplo, o ano de 2023 iniciou com o valor do bilhete mais caro, saltou de R$ 4 reais para R$ 4,80.
Um dos motivos que também gerou impacto positivo no mercado, foi a taxa Selic mais baixa – em 31 de outubro estava em 12,75% ao ano –, chegando a 10% a.a. em determinadas linhas de crédito para pessoa física.
No setor duas rodas, a disponibilidade de crédito sempre desempenha um papel fundamental nas vendas. O diretor ainda ressalta a crescente flexibilidade das instituições financeiras na concessão de crédito aos consumidores.
Na visão de Doscher, essa retomada coincide com o aumento do estoque de motos nas lojas, resultado do incremento na produção nas fábricas. “Há mais modelos disponíveis pronta-entrega e a redução na fila de espera”, finaliza.