Câncer é uma doença que acomete um número cada vez maior de pessoas globalmente. De acordo com estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) são esperados 704 mil casos novos de câncer no Brasil para cada ano do triênio 2023-2025, desse total, cerca de 70% da incidência se concentra nas regiões Sul e Sudeste. Por isso, a importância da prevenção tem sido repetidamente propagada para que se favoreça uma abordagem de tratamento com maiores chances de cura, quer sejam em crianças, mulheres ou homens.
Muitos homens costumam negligenciar os cuidados com a saúde e deixam de fazer seus exames regulares. Isso decorre de valores e crenças, inclusive culturais. Entre as razões para essa falta de engajamento com a própria saúde pairam o medo de descobrirem uma doença grave e o receio de se sentirem vulneráveis e expostos. Uma das doenças é o câncer de próstata, o mais incidente na população masculina, cerca de 10,2% dos casos, tirando o os tumores de pele não melanoma que representam 31,3% do total de casos. Mesmo com os números alarmantes, os homens ainda deixam a prevenção de lado, com medo e tabu do que a doença poderá trazer para a vida.
O urologista, uro-oncologista e cirurgião robótico, Leonardo Welter, explica que com o passar dos anos a medicina vem evoluindo para oferecer aos pacientes os tratamentos mais modernos e com menos efeitos colaterais para diversas patologias, como o câncer, tal como as cirurgias robóticas, que vêm sendo empregadas com grande eficácia nessa área. “Apesar de toda a cirurgia oferecer riscos, a cirurgia robótica conquista cada vez mais pacientes por minimizar alguns desses riscos quando comparada com a cirurgia convencional, como o tamanho do corte, tempo de internação e administração medicamentosa.”
Minimamente invasiva e precisa, realizada por um robô com braços mecânicos, mas comandados por um médico especialista, a cirurgia robótica é muito indicada no tratamento do câncer de próstata, bem como de tumores do sistema urinário feminino e masculino e do sistema reprodutor masculino, devido à necessidade de uma dissecção minuciosa e de precisão nos movimentos visando à diminuição das taxas de incontinência urinária e disfunção erétil. “Além das cicatrizes em tamanhos menores, o tempo de internação também é curto, levando, em média, de dois a três dias a menos do que uma cirurgia comum. Com isso, também caem o risco de infecção e da ingestão de muitos medicamentos”, explica.
“A cirurgia robótica é uma das técnicas mais modernas da medicina. É muito usada em todo o mundo e em diversos tipos de operação. A segurança é tanta que o robô conta com dispositivos, inclusive, para travar o equipamento caso detecte alguma anormalidade. Se o médico também tirar o rosto da máquina, ela deixa de funcionar no mesmo momento”, ressalta Leonardo Welter.
O câncer de próstata se apresenta em diferentes tipos e estágios e há tratamentos específicos para cada fase da doença. Se descoberto em estágio inicial pode ser tratado com cirurgia, radioterapia ou observação vigilante. Quando localizado somente na próstata as chances de cura são maiores e os principais tratamentos que levam à cura são a cirurgia de retirada da próstata (Prostatectomia Radical) e a radioterapia.
Em comparação com uma cirurgia convencional, o pós-cirúrgico da cirurgia robótica, dependendo da sua complexidade, é muito mais rápido em todos os sentidos e por vários motivos. As incisões são menores e precisas, o que evita a perda de sangue e a manipulação exagerada na região. Por isso, a internação é reduzida, o que faz com que o paciente precise tomar menos medicamentos e volte para a sua casa em curto período, podendo retornar às suas atividades de forma gradual.