A dislexia é um distúrbio de origem neurológica, que pode ser congênito e hereditário, sendo comum apresentar-se em parentes próximos.
É um conjunto de habilidades no processamento cerebral que envolve a leitura, escrita, linguagem oral, fala e o processamento auditivo, e que prejudicam o desempenho escolar da criança.
De acordo com a Associação Internacional de Dislexia (IDA, em inglês), esta condição afeta 10% da população mundial, sendo que no Brasil cerca de 8 milhões de brasileiros são disléxicos.
Segundo a fonoaudióloga, mestre e doutora do Hospital Otorrinos Curitiba, Carla Maffei, a dislexia pode ser tratada com o auxílio de uma equipe de profissionais preparada, formada por fonoaudiólogo, psicólogo e neurologista, que farão um trabalho integrado com a família e a escola para a reabilitação do paciente.
“A equipe deve atuar não só no tratamento ao paciente, mas orientar a família e também a escola para formar uma rede de apoio à criança, pois este tipo de distúrbio pode afetar a autoestima da criança”, acrescentou a especialista.
Como identificar uma criança com dislexia
As primeiras manifestações das dificuldades encontradas em crianças com dislexia aparecem no ditado da palavra falada pela professora no momento da escrita; é quando a criança precisa entender e utilizar a associação dos sinais gráficos com as sequências dos sons das palavras no início da alfabetização.
“O fonoaudiólogo deve conhecer as dificuldades apresentadas pela criança no processo diagnóstico, com o objetivo de orientar os pais e os professores para o tratamento adequado. O objetivo é estimular o desenvolvimento de estratégias que possibilitem a melhora no uso das habilidades e funções da linguagem e no desempenho dessa criança nas tarefas escolares que exigem leitura e escrita”, destacou Carla.
Sintomas da dislexia
É importante ressaltar que a dislexia geralmente envolve um conjunto de sintomas, e a intensidade deles pode variar de pessoa para pessoa.
Dificuldade na leitura
– Leitura hesitante
– Dificuldades de reconhecer palavras comuns
– Troca de letras, sílabas ou palavras ao ler
– Dificuldades em soletrar palavras longas e mais complexas. Ex: cachorro por cacholo, helicótero para helicóptero
Dificuldades na memória de curto prazo
– Dificuldades em repetir frases curtas e longas
– Dificuldades em lembrar fatos que aconteceram no dia
Dificuldades de fonologia
– Dificuldades em identificar e manipular sons na linguagem falada
Dificuldade na escrita e ortografia
– Troca de letras ex: /p/ por /b/; /m/ por /n/
– Troca de letras com contornos parecidos
– Inversão de sílabas nas palavras
– Escrita em espelho
– Não finaliza as palavras, omitindo sílabas
– Erros frequentes de ortografia
– Dificuldade em se alfabetizar
– Não organiza uma redação com sequência de ideias
– Não consegue desenvolver um tema de redação proposto
Dificuldades na organização de ideias
– Não consegue organizar os fatos contados verbalmente em ordem como aconteceram
– Não consegue ter um discurso com início, meio e fim
– Discurso confuso
Adulto pode ter dislexia?
Uma dúvida muito comum é se os adultos podem ter dislexia, e a resposta é sim. A dislexia pode persistir até a vida adulta, mesmo que muitas vezes seja diagnosticada na infância. Por isso, a orientação é procurar um fonoaudiologista para um tratamento adequado.
“Estes distúrbios levam o paciente a crer que seu desempenho em atividades acadêmicas são rebaixados e, desta forma, a autoestima acaba também sendo comprometida”, finalizou a especialista.
Com informações: Instituto ABCD