Vacinas que não têm cobertura pelo SUS são fundamentais para prevenir diversas doenças

Especialista explica quais imunizantes são ofertados com exclusividade na rede particular e qual a diferença entre as opções de vacinação

Muito se indaga sobre as diferenças entre as vacinas disponibilizadas pelo SUS e as ofertadas pelas clínicas particulares, sendo essa uma dúvida comum entre os cidadãos brasileiros, cada vez mais preocupados com a prevenção contra inúmeras doenças e com a melhora da qualidade de vida. Nesse contexto, a primeira coisa que precisamos entender é que ambas as opções de vacinação contam com a aprovação da Anvisa, porém cada uma tem diretrizes específicas, sendo que a  vacinação na rede privada é orientada pelo calendário da SBIM (Sociedade Brasileira de Imunização), enquanto que a vacinação pelo SUS têm como base os calendários e diretrizes do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Segundo a enfermeira especialista em vacinação da Clínica Vacinne, Kátia Oliveira,  antes de focar nas diferenças entre as opções, é fundamental que as pessoas entendam que tanto a rede privada como a rede pública têm como objetivo oferecer proteção coletiva da sociedade, considerando que mais de 20 doenças graves, potencialmente fatais, podem ser prevenidas por meio das vacinas. “A conscientização é o passo mais importante quando falamos de vacinação, e neste ponto ambas as opções se complementam, sensibilizando a população sobre a importância da vacinação regular. Também é importante entender que apesar de contarmos com um dos sistemas mais completos de vacinação gratuita do mundo, nem todos imunizantes estão disponíveis na rede pública, sendo que a rede privada, em geral, oferece vacinas mais abrangentes, protegendo contra uma variedade maior de sorotipos de bactérias e vírus”, explica.

Principais diferenças entre vacinas do SUS e da rede particular

Kátia destaca que algumas das principais diferenças estão relacionadas ao tipo de vacina, tempo de atuação no organismo e capacidade de proteção contra diferentes subtipos de bactérias/vírus. “Por exemplo,  no âmbito infantil, o SUS administra a vacina Pneumo 10, que protege contra 10 sorotipos de pneumococo, enquanto a rede privada disponibiliza a Pneumo 13 e 15, que confere proteção contra 13 ou 15 sorotipos diferentes de pneumococo. O mesmo ocorre com a vacina Rotavírus, sendo que a vacina da rede pública protege contra apenas um  sorogrupo, enquanto a rede privada protege contra cinco”.

A diferença na proteção contra grupos e subgrupos de vírus e bactérias é algo que faz muita diferença entre os dois calendários vacinais, sendo que esse ponto aparece também em vacinas como a da gripe e contra a meningite. “A vacina contra gripe ofertada pelo SUS  é a Trivalente, que como o nome já diz, protege contra três cepas do vírus Influenza, enquanto que a ofertada pela rede privada é a Quadrivalente que protege contra quatro. Já na vacina contra meningite, a discrepância é ainda maior, sendo que no SUS é oferecida a vacina que abrange o sorogrupo C, enquanto a da rede privada oferece proteção contra os sorogrupos A, C, W, Y (vacina meningocócica ACWY) e sorogrupo B (vacina meningocócica B).

Katia reforça que a diferença também está nas composições das vacinas, já que na rede privada muitas vacinas são conjugadas, ou seja, fornecem proteção contra várias doenças em uma mesma injeção. “A vacina Hexavalente, por exemplo, inclui a tríplice bacteriana acelular (DTPa), a poliomielite inativada (VIP), a hepatite B (HB) e a Haemophilus influenzae tipo b (Hib). Com isso a vacinação acontece com muito mais conforto, uma vez que não é necessário tomar mais de uma injeção. Todas as vacinas, seja na rede pública ou privada, passam pelos mesmos critérios de avaliação da Anvisa, garantindo eficácia e segurança. No entanto, a cobertura mais abrangente contra certas doenças e o menor risco de reações, tornam as vacinas da rede privada uma excelente opção, especialmente para a faixa etária infantil”, explica Katia.

Imunizantes que são diferentes da rede pública e privada

Tríplice bacteriana acelular DTPa –  Feita por componentes da bactéria, essa vacina diminui as reações adversas, frente à DTPw disponível no SUS.

Rotavírus Pentavalente – oferece proteção contra cinco tipos de vírus, sendo aplicada em três doses, enquanto que a do SUS oferece proteção a um (1) rotavírus em duas doses.

Pneumo-13, Pneumo-15 15 e Pneumo-23 – Possui cobertura de 90% das doenças graves de 13 ou 15 tipos de pneumococos. Enquanto, a Pneumo-23 age complementando a 13v. No SUS, está disponível a Pneumo-10, contra 10 tipos de pneumococos.

Influenza Tetravalente – a vacina do SUS é trivalente, isto quer dizer que protege contra três tipos de cepas do vírus, enquanto a da rede privada é tetravalente. É uma proteção a quatro cepas.

HPV – A única diferença é que da rede pública a faixa etária é apenas para crianças e adolescentes, enquanto da rede privada é aberta para todos que queiram se vacinar de acordo com critério médico.

Hepatite A – No SUS a vacina é de dose única para as crianças, porém, a SBIM reforça a aplicação de uma dose de reforço após 6 meses da primeira para aumentar os anticorpos. A dose de reforço é apenas concedida na rede privada.

Hexavalente Acelular – Protege contra a difteria, tétano, coqueluche, haemophilus influenzae b, poliomielite e hepatite B e é diferente da Pentavalente ofertada pelo SUS por ser menos reatogênica, isto é, as chances de alguma reação são menores.

Meningocócica B – Essa não é oferecida pelo SUS, apenas na rede privada e protege contra a doença meningocócica invasiva causada pelo meningococo do tipo B.

Vacinas exclusivas da rede privada

Dengue

Herpes Zóster

Febre Tifóide

Meningocócica B

Gripe Tetravalente

Hexavalente Acelular

Pentavalente Acelular

Rotavírus Pentavalente

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