Comunidades caiçaras no Paraná recebem mutirão de saúde

Além de consultas e atendimentos de bem-estar, a população local pode realizar exames rápidos, a partir de poucas gotas de sangue e resultados de até 30 minutos. Foram identificados pacientes que desconheciam ter diabetes, Hipotireoidismo primário e colesterol alto. A partir da ação, puderam já iniciar os tratamentos e medidas terapêuticas

Entre os dias 29 e 31 de março, a ONG Transborda Caiçara e a Hilab embarcaram numa missão de saúde para realizar exames de sangue em comunidades da Baía de Paranaguá, em Guaraqueçaba, no Paraná. O mutirão, que também realizou consultas médicas e atendimentos de bem-estar, foi determinante para encontrar pacientes com doenças que eles desconheciam. A partir do diagnóstico rápido, três mulheres, com idades entre 20 e 80 anos, puderam receber indicações de tratamento e controle de diabetes, Hipotireoidismo primário e colesterol.

A ação objetiva acelerar o acesso ao diagnóstico de doenças para que se possa oferecer tratamento adequado, bem como estabelecer controle epidemiológico, além de levar e garantir a oferta de saúde em lugares ribeirinhos e em regiões remotas, afastadas dos grandes centros.

Por conta da localização de difícil acesso, somada às questões de baixo desenvolvimento socioeconômico, a população mais carente, que vive nas comunidades de Guaraqueçaba não costumam realizar exames ou consultas médicas com frequência. Com isso, sentiam os efeitos das doenças, mas não manejavam corretamente, o que impactava não só na qualidade de vida, do ponto de vista de saúde, mas também nas ações de convívio social, disposição para atividades de lazer e educação.

Na medicina de áreas remotas, nos deparamos com uma variedade de situações: desde pacientes com condições crônicas, que precisam ser compensadas, até pacientes agudamente doentes, que precisam de atenção especial. Os exames ajudam na tomada de decisão quanto ao ajuste terapêutico em diabetes, dislipidemia e hipotireoidismo, como no caso das pessoas que diagnosticamos durante a ação, mas também são essenciais para uma porção de outras doenças, desde condições mais comuns até outras mais raras, que precisam de encaminhamento hospitalar imediato, por exemplo”, comenta Victor Van Vaisberg, que é médico e especialista em educação para as profissões da saúde. Atualmente, o profissional é preceptor de urgências e emergências no Hospital das Clínicas da USP, além de coordenador de campo do Transborda Caiçara.

Em um barco, um grupo com mais de 20 profissionais, entre eles médicos, enfermeiros e biomédicos, seguiu viagem até às comunidades. Nas ilhas, o time foi responsável por realizar exames de Hemoglobina Glicada, Perfil Lipídico, Função renal, TSH, Proteína C-Reativa, Beta HCG e até Hemograma completo. A ação é possível graças aos dispositivos portáteis e tecnológicos da Hilab, biotech especialista em análises clínicas e saúde digital.

Os exames acontecem a partir de poucas gotas de sangue, extraídas da ponta do dedo, uma metodologia chamada de punção capilar. As amostras são inseridas em dispositivos que fazem a leitura do material. São os chamados PointOf Care testing, que possibilitam a realização de exames in loco. Com auxílio da Inteligência Artificial e outras tecnologias, os resultados ficam prontos em questão de poucos minutos.

Do ponto de vista clínico, mas também considerando a gestão em saúde, o diagnóstico é parte crucial para viabilizar a terapia e controlar o avanço de inúmeras doenças. Quanto maior o acesso a essa etapa, maior será a eficácia do tratamento e custo-efetividade do sistema. A alta parcela de sub-diagnóstico e diagnóstico tardio, decorrentes em parte da ineficácia do sistema laboratorial, gera um alto custo financeiro e impacta negativamente na expectativa e qualidade de vida da população, especialmente em áreas mais afastadas. Isso se aplica tanto para controle de doenças crônicas como as cardiovasculares, principais causas de óbito no Brasil, como agudas a exemplo das doenças respiratórias – influenza e COVID – e arboviroses como a Dengue, que vem atingindo níveis alarmantes no Brasil”, comenta Dr. Bernardo Almeida, infectologista e diretor médico da Hilab.

Esta foi a segunda missão da Hilab com a Transborda Caiçara, mas a biotech já realizou mais de 20 ações do tipo, inclusive em áreas de mata, em comunidades indígenas, incluindo o Xingu.

Um dos nossos propósitos é permitir que toda população tenha acesso à saúde, o que é garantido por lei, mas que muitas vezes, infelizmente, esbarra em questões como a localização geográfica, aspectos logísticos e infraestrutura de serviços. Quando a gente leva os exames em áreas remotas, ampliando os pontos de atendimento, a gente contribuí de forma bastante simples, mas efetiva, que uma parcela maior da população conte com serviços adequados para manutenção da saúde e bem estar”, explica Carlos Eduardo Chaves, Chief of ESG, People e Legal da Hilab.

Wendy de Oliveira

(11) 99273-7322

wendy܂oliveira@loures܂com܂br

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