Além da capital paranaense, há oportunidades de recrutamento em outras três cidades brasileiras. Os pacientes interessados devem ter entre 18 e 74 anos.
A depressão é um transtorno psiquiátrico que afeta aproximadamente 280 milhões de indivíduos em todo o mundo, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2021. Além disso, a doença é uma das principais causas de incapacidade e está associada à mortalidade e risco de suicídio elevados. E muito embora a troca de antidepressivos e o uso de tratamentos adjuvantes possam melhorar a resposta, quase 40% dos pacientes permanecem sintomáticos e não conseguem atingir a remissão completa. E é exatamente por todos esses dados que comprovam a gravidade desta verdadeira epidemia global, que a busca por novos medicamentos e remédios mais eficazes se tornou tão essencial.
Nesse contexto, Curitiba é uma das cidades participantes de um estudo internacional para avaliar a eficácia de um novo medicamento para tratar a depressão. Após estudos preliminares, a TrialTech, uma instituição privada de investigação clínica, está recrutando pessoas que sofrem com a depressão para participar da próxima fase deste estudo, conduzido em colaboração com um laboratório estrangeiro renomado. Caso o medicamento demonstre eficácia, há planos para sua comercialização em breve. Alguns pacientes já foram selecionados, mas ainda restam vagas para quem desejar participar.
Podem se inscrever participantes do sexo masculino ou feminino, de 18 anos a 74 anos com diagnóstico de depressão e que tenham apresentado resposta inadequada a, pelo menos, um tratamento antidepressivo oral no episódio atual da doença. A inscrição é feita pelo telefone (41) 99206-1583 ou pelo email contato@trialtech.com.br e a validação da participação acontece após a triagem dos candidatos.
“Nesta fase do estudo, os participantes ajudarão na avaliação do uso de uma nova substância no tratamento de TDM – transtorno depressivo maior, e especificamente, do TDM com anedonia (incapacidade de sentir prazer em atividades normalmente agradáveis) moderada a grave, e no aumento da nossa compreensão da indicação relativa a doenças. Assim, o conhecimento adquirido a partir deste estudo tem o potencial de beneficiar muito mais pacientes que apresentam a doença e oferecer possíveis benefícios para a saúde pública”, explica o Dr Luiz Fernando Petry, médico psiquiatra pesquisador da TrialTech.
Cerca de 538 participantes adultos e idosos participarão deste estudo em todo o mundo e cerca de 54 serão no Brasil. Além de Curitiba, ele ocorrerá em Porto Alegre, Brasília e Belo Horizonte. E além do Brasil outros 14 países também estão fazendo esse estudo ao mesmo tempo: Argentina, República da Bulgária, Canadá, República Tcheca, França, República da Coreia (Coreia do Sul), México, Polônia, Sérvia, Eslováquia, África do Sul, Taiwan (Formosa, República da China), Reino Unido, Estados Unidos da América.
O medicamento que está sendo submetido a estudo propõe um novo mecanismo de ação para o sintoma de anedonia que, muitas vezes está presente no paciente com depressão. A ideia é que este medicamento seja utilizado concomitantemente ao tratamento tradicional.
O estudo será de fase 3, ou seja, a fase final antes da aprovação para fabricação e comercialização, e tem uma duração de cerca de 12 semanas. As investigações anteriores (fases 1 e 2) apoiam a justificativa científica e clínica para o uso deste mecanismo de ação no tratamento da depressão com anedonia moderada a grave.
“Os dados do estudo de fase 2, por exemplo, mostraram redução na gravidade geral da depressão em participantes com TDM tratados com o medicamento em teste junto ao antidepressivo em andamento, em comparação com aqueles que continuaram com seu antidepressivo atual mais placebo. Ou seja, até o momento, nos estudos clínicos, o medicamento foi seguro e bem tolerado”, comenta Dr. Petry. Caso o paciente perceba melhora com a medicação do estudo, este será fornecido gratuitamente enquanto for necessário ao longo de sua vida.
“É importante frisar que a participação dessas pessoas que se candidatarem ao estudo pode ajudar em como iremos encarar o futuro do tratamento para a depressão. É realmente um momento muito importante. Há pelo menos vinte anos estávamos à espera de um novo caminho para tratar a depressão. A expectativa é muito alta”, afirma o Dr. Petry.
Como é o estudo?
O estudo é dividido em duas partes: tratamento e acompanhamento. Após a triagem, que pode durar cerca de 30 dias, inicia-se o estudo propriamente dito. A primeira fase tem duração de dois meses e os pacientes são divididos em dois grupos: metade que tomará a medicação e metade que tomará placebo.
A segunda parte tem duração de um ano e nesta fase todos recebem a molécula.
Durante o estudo ocorrem visitas para exames e testes de saúde. “As visitas durante o estudo podem incluir avaliação com psiquiatra, avaliação de história médica, eletrocardiograma, exames de sangue e urina. Nenhum procedimento será cobrado e serão todos realizados na TrialTech. O laboratório também cobre as despesas com o transporte até o centro de pesquisa. Outras visitas poderão ser programadas, se necessário”, esclarece o médico coordenador do estudo.
Sobre a TrialTech – A Trial Tech é uma instituição privada de investigação clínica situada em Curitiba/PR, coordenada pelos médicos Psiquiatras Dr Hamilton Grabowski e Dr Luiz Fernando Petry. A instituição oferece suporte em pesquisa clínica a clientes da indústria farmacêutica e CROs (Clinical Trials Organization), atuando na Condução de Estudos Clínicos Fases II, III e IV, com foco nos tratamentos para Alzheimer, Esquizofrenia e Depressão, seguindo rigorosamente o manual de Boa Prática Clínicas (BPC), além das normativas nacionais regulamentadas pelo Conselho Nacional de Saúde, pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária/Ministério da Saúde.
A Trial tech possui uma equipe de experientes profissionais na área de pesquisa clínica que trabalham de forma comprometida para atender as expectativas dos contratantes e comunidade em geral. Atualmente o corpo clínico da empresa conta com 05 médicos psiquiatras, 01 médico neurologista, 03 neuropsicólogos, 02 farmacêuticos bioquímicos, 03 coordenadoras de estudos clínicos que trabalham em conjunto para proporcionar um serviço de qualidade.