Autora: Izabela Rücker Curi
A forma de vender, comprar, alugar e gerir um imóvel vem se transformando. Nos últimos anos, a ascensão das proptechs tem se tornado sinônimo de inovação, eficiência, maior transparência e acessibilidade. Segundo dados do Mapa das Construtechs e Proptechs, realizado pela Terracota Ventures, em 2024, até este momento, o setor de startups imobiliárias registrou crescimento de 13,5% no Brasil. Atualmente, estão em atividade no país 1209 empreendimentos, que geram cerca de 22 mil empregos diretos.
Proptech é a abreviação de property technology. As startups do gênero se diferem das imobiliárias comuns pelo uso de tecnologia aplicada – como por exemplo geolocalização, Big Data, realidade aumentada, drones e Blockchain – para oferecer produtos e serviços inovadores, gerando facilidades de transação aos clientes. Bastante atentas à LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), trabalham com assinaturas eletrônicas, digitalização de processos, computação em nuvem e sistemas integrados de gestão.
A digitalização de processos proporcionada pelas startups vem redefinindo o mercado. Hoje, já é possível conhecer detalhes bastante específicos de uma propriedade sem visitá-la pessoalmente. As visualizações de imóveis em 3D e os tours virtuais estão se tornando cada vez mais comuns e procurados, deixando as negociações mais rápidas, reduzindo a necessidade de intermediários nos negócios e fazendo com que as decisões sejam tomadas de forma mais consciente e eficiente. Os ganhos relativos à acessibilidade são gigantes, o que também pode reduzir custos tanto para compradores quanto para vendedores.
No que diz respeito à gestão, as ferramentas inovadoras utilizadas pelas proptechs (plataformas on-line e aplicativos) têm facilitado o acompanhamento dos pagamentos de aluguéis, a manutenção das propriedades e a forma de comunicação com os inquilinos. Tudo isto representa melhoria na eficiência operacional realizada pelos gestores e também maior transparência na experiência proporcionada aos inquilinos.
Outro ponto importante está ligado à análise de dados proporcionada pelo uso de algoritmos avançados. A Inteligência Artificial (IA) tem permitido prever tendências de mercado, fazer avaliações mais precisar de imóveis e identificar novas oportunidades de investimentos. Tudo isto sem esquecer da sustentabilidade, sendo que muitas proptechs buscam crescer focadas, por exemplo, na otimização de recursos, eficiência energética e na adoção de outras práticas sustentáveis.
A evolução das proptechs brasileiras está relacionada ao bom momento vivido pelo mercado imobiliário do país. Elas estão modernizando o setor e trazendo novos desafios para o mercado global. São o espelho de uma nova era, que só tende a crescer e se desenvolver!
*Izabela Rücker Curi é advogada, sócia fundadora do Rücker Curi – Advocacia e Consultoria Jurídica e da Smart Law, startup focada em soluções jurídicas personalizadas para o cliente corporativo. Atuante como conselheira de administração, certificada pelo IBGC