* Valdilson Aparecido Lopes
O Maio Amarelo emerge como uma efeméride de notável importância no contexto do calendário brasileiro, mobilizando esforços para promover a indispensável conscientização sobre os alarmantes índices de acidentes de trânsito e estimulando uma reflexão coletiva acerca da premente importância da segurança viária. Desde sua criação em 2014, esse movimento tem continuamente conquistado ampla e notável adesão.
Para compreender plenamente a natureza e o alcance do Maio Amarelo, é crucial recorrer a dados e estatísticas que evidenciam a magnitude do problema no tráfego viário brasileiro. Em 1998, a Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou que o Brasil possuía a infeliz quarta maior taxa de mortalidade por acidentes de trânsito no continente americano, totalizando aproximadamente 18 mortes a cada 100.000 habitantes.
Infelizmente, esse panorama sombrio persistiu ao longo das décadas subsequentes. De acordo com informações divulgadas pelo Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN) em 2018, atual Senatran, o Brasil registrou um preocupante total de 35.783 óbitos decorrentes de acidentes (Sinistros) de trânsito. Além disso, os dados provenientes do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) revelam que os acidentes viários ocuparam a segunda posição entre as causas de mortes violentas no país, ficando atrás apenas dos hediondos homicídios.
Nesse contexto alarmante, o Maio Amarelo assume um papel fundamental como instrumento de mobilização social. A campanha trabalha incansavelmente com o objetivo de incutir nos condutores, pedestres, ciclistas e passageiros a necessidade imperativa de adotar comportamentos responsáveis e respeitar as leis de trânsito. Por meio de ações educativas, palestras instrutivas, campanhas publicitárias persuasivas e atividades nas instituições de ensino, a mensagem inegável da segurança viária é disseminada por todo o território nacional.
Os resultados positivos do Maio Amarelo são incontestáveis. Entre esses 10 anos, houve uma certa redução no número de óbitos, devido a sinistros de trânsito no Brasil, conforme registrado pelo Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV). Essa queda acentuada demonstra de maneira irrefutável que a conscientização e a adoção de medidas preventivas têm impacto significativo na preservação de vidas humanas.
Além disso, a campanha tem promovido mudanças comportamentais de magnitude relevante na sociedade brasileira. Por exemplo, o uso do cinto de segurança e do capacete têm sido amplamente adotados, nos últimos anos. Também há uma clara prevalência no cumprimento das normas de trânsito, evidenciada pelo respeito às faixas destinadas aos pedestres e pela conscientização sobre a importância de não utilizar dispositivos móveis ao volante.
Em suma, o Maio Amarelo consolida-se como uma ação efetiva e imprescindível para a sociedade brasileira ao longo dos anos. Por meio de uma abordagem centrada na conscientização e na mobilização, a campanha tem contribuído de forma significativa para a redução do número de sinistros de trânsito e do índice de fatalidades nas vias do país. No entanto, é fundamental de acordo a RESOLUÇÃO CONTRAN Nº 980, DE 23 DE SETEMBRO DE 2022, que tais ações não se restrinjam apenas ao mês de maio, mas que sejam contínuas e permanentes, uma vez que ainda há uma árdua tarefa a ser desempenhada, para que o trânsito se torne efetivamente seguro e as estatísticas de acidentes (sinistros) sejam substancialmente reduzidas.
Conforme destacado de maneira perspicaz por Henry Ford, “A segurança não é um slogan, é um modo de vida”. Nesse sentido, o Maio Amarelo ressoa como um verdadeiro chamamento à consciência coletiva. A segurança viária deve ser uma prioridade inabalável, transcendendo os limites do mês de maio e se estendendo a todas as esferas da vida cotidiana.
Somente por meio de um compromisso incansável com a prudência, o respeito às leis e o cuidado mútuo tornarão possível pavimentar o caminho rumo a um tráfego mais seguro, garantindo a preservação da vida e uma sociedade mais humanizada e consciente. Dessa forma, o Maio Amarelo se estabelece como um instrumento essencial para a promoção de uma cultura de segurança no trânsito, cujos efeitos positivos se estendem além de um único mês do ano, transformando-se em um compromisso constante com a vida e o bem-estar de todos os cidadãos.
No trânsito, escolha a vida! Campanha do Maio Amarelo de 2023.
* Valdilson Aparecido Lopes, tutor do Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Trânsito e Mobilidade Urbana do Centro Universitário internacional Uninter. Observador Certificado pelo Observatório Nacional de Segurança Viária.
